Eu gostaria de saber o que dizer aqui. Mas sem saber ainda o que sinto disso tudo me resta apenas contar os fatos ocorridos naquela praia, enquanto ventava e a fina areia batia em nossas pernas. Parecia prever a frente fria e minha tristeza. Minha mais que nunca.
Durante os dois meses que ficamos juntos eu me questionava se aquilo era sincero de minha parte ou se não estava sendo um coitado a se auto iludir por sentir pena de si mesmo. Cheguei a repetir isso em voz alta dentro do carro quando voltava para casa da festa maldita, cheia de "momentos oh uh". E agora tudo que me acontece são flash rápidos de sorrisos, cara de brava, situações apaixonantes. Tudo que não vai me deixar em paz por um tempo, me mostrando que algo existia ali e que talvez eu estivesse a entrar de cabeça numa relação de amor e ódio. Engraçado como a menção da palavra "ódio" não me assustou, só me fez ter certeza que seria algo intenso e inesquecível.
Sentados num banco longe do alcance da areia conversamos, ou melhor, eu falava tudo que passava pela minha cabeça e dava tempo de cuspir antes que me escapasse e ela ouvia. Eu a cutucava com perguntas bem diretas e aos poucos ela começou a falar. Notei facilmente como aquilo era difícil pra ela, mas mesmo assim ela conseguia me derrubar com uma ou duas frases que tocaram fundo no meu coração. Ela falava até as palavras que eu queria ouvir nas frases. É impressionante como somos parecidos e é uma pena sermos tão diferentes no que achamos que somos. Leva um tempo para ela descobrir que afinal somos mais parecidos ainda. Enfim, ela também não deixou nada por falar. Se abriu e foi muito sincera, tudo que só fez crescer minha admiração por ela.
E lá foi o fim... De algo que seria muito bonito
E ela não me deixou duvidas de sofrer da mesma tristeza
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