Engraçado que quando ouso aquelas músicas e tudo volta para mim sem que eu precise dar um trago quente em um baseado. Eu me vejo sozinho em meio ao vento, com vista para o mar. Sozinho sentado na barca voltando para casa, vendo a cidade iluminada refletida na baia e se afastando. Sozinho com os barcos abertos recebendo o vento que passa pela pedra de itacoatiara vindo do oceano .
Quando ouso aquelas músicas fecho os olhos e minha cabeça desce lentamente como se eu estivesse sento adormecido pelo THC novamente e ficar sozinho não mais seja um problema. É até prazeroso viajar na solidão, lembrar do mar escuro como café, do vento massageador. Eu aproveitei as drogas ao ar livre e não fechado numa boate com música eletrônica, foi uma mistura perigosa. Ela entrou na minha vida e não na minha noite.
Uma outra música me lembra ainda uma coisa diferente. O sexo de dois loucos. A mais bela loucura que possa ser feita num quarto escuro ou em qualquer outro lugar.
Essa nostalgia macabra talvez só esteja acontecendo, pois há muito tempo não tenho uma dessas aventuras fora de mim. Elas se tornaram cada vez mais dentro de mim, foram entrando até que deixaram de serem viagens. E nunca mais voltaram a ser as mesmas. Já que dentro de mim eu sou meu pior inimigo.
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