quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Romance

Não consegui segurar o sorriso quando ela concluiu seu raciocínio ao final do filme. Pode parecer démodé, mas aquilo me encantou muito. E não consegui segurar minha mão ao começar a escrever sobre o que ela disse.
O filme discute sem se esconder por trás de tramas o amor e a paixão. Usa a metalinguagem do teatro dentro de um filme para tornar essa questão textual e não dramática, ou seja, está ali um dialogo entre Tristão e Isolda com claros traços autorais de Guell Arraes (o roteirista e diretor). E de forma bem suave o amor, ou a paixão (que só dura três anos no máximo segundo os diálogos) passam para o contexto da catarse, mais especificamente, qual final romântico agrada mais o público da televisão. O sacrifício por amor ou o final feliz?
José Wilker defende muito bem o final feliz e Wagner Moura o contrario. Ninguém ganha e nenhuma conclusão é atingida. Guell Arraes parece querer deixar o tema em aberto para a platéia, mas talvez responda de outra maneira, pois dentro da trama a casal protagonista termina num final feliz. E eis a resposta do autor. Depois de tanto discutir o final comercial como arte ou não, ele termina sua obra de arte com o final comercial explícito.
Ou será que ele quis dizer que no cinema (sua obra), na televisão e até no teatro essa discussão são bem diferentes entre si?

“Computadores fazem arte, artistas fazem dinheiro”

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