Nunca vi a policia ter um plano eficiente contra as drogas. Por muitas vezes tenho certeza de que não há plano algum. Eles estão perdidos sem saber o que fazer. A maioria deles não têm culhões para prender traficante (leia-se culhões dês da falta de equipamentos até a falta de vergonha na cara na hora de receber a propina) e muitos menos paciência para perder a noite correndo atrás de usuários. Embora eu tenha que concordar que muitas vezes são filinhos de papai que nem autuados serão. A motivação é zero e isso é visível em cada cabine policial que fica na entrada das praias por aqui. Meia noite passa um carro com quatro marmanjos dentro indo pra praia, eles até acenam e dão boa noite.
Certa vez ia para um luau com uma galera na praia. Me lembro de só levar bebida, não havia maconha nem nada. Foi quando caminhando já na areia aparece um PM. Isso já serviu para congelar a espinha de vários, ou pelo menos a minha, que sabia do trato, PM não desce na areia, que é a área dos maconheiros. Ele ainda trazia uma escopeta que quase encostava na areia quando ele abaixava os braços. Mesmo sem nada eu temi pelo pior. Caminhamos todos de cabeça baixa esperando cruzar com o policial e se distanciar até poder respirar novamente. Foi quando dentro da sacola plástica que eu carregava duas garrafas de vidro se chocam. O policial para e vem imediatamente em minha direção. “Não é permitido garrafa de vidro na praia”. Ele passa o olho por todo mundo. “Só me promete que não vai deixar o vidro na areia ok? Podem beber, fumar tranqüilos, mas não sujem a praia”. Sim senhor, policial ecologicamente correto.
Apesar das duras nunca terem sido piores que essa mixaria. A policia sempre me deixou tenso. Já andei muito pela cidade com flagrante no bolso e não via a hora de chegar em casa logo, ficava realmente nervoso. Ou até em casa mesmo, quando trazia amigos para fumar. A certa altura era impossível disfarçar para os vizinhos que havia cinco loucos na casa ao lado. Entre nós havia um estudante de advocacia e um desocupado que adora sacanear os outros, tanto que o toque do seu celular era um sirene de policia. Resultado, quando a mãe ligou pra ele foi história de um se esconder debaixo de mesa, eu ficar paralisado exatamente onde estava e o estudante de advocacia sair gritando “eles não podem entrar sem mandato”. O desgraçado só ficou rindo da nossa cara.
Algum tempo depois houve o dia chave para mudar toda minha postura diante da policia. Penso que tive o azar de encontrar dois PMS transtornados de raiva. Porém minha indignação também aumentou. Éramos o trio de sempre indo comprar a quantidade de sempre com o vendedor de sempre, um dos caras mais foda que conheci pela droga. Fomos de carro, estacionamos numa rua próxima e o motorista foi até a casa do vendedor. Sozinhos no carro, eu e o estudante de advocacia. Não demora muito e uma viatura com sirene ligada vira a esquina freia bruscamente ao nosso lado e manda a gente sair do carro com uma pistola na minha cara. Segundo o policial fdp1 e policial fdp 2 ali era entrada de morro e muito playboy parava ali no escuro para ir comprar pó. “Eu não sou chegado em pó meu amigo” foi o motivo para ser jogado na parede e revistado. De preto como estávamos fomos motivo de chacota “Todo roqueiro é drogado” o filho da puta não tirava a mão da escopeta de jeito nenhum. Explicamos que íamos a um luau e viemos só buscar um amigo que morava logo ali na esquina, o que era parcialmente verdade, só esquecemos de dizer que esse amigo vendia maconha e que o carro não era pago dês de 2004. “Então vamos esperar seu amigo voltar aqui e é bom que ele não veja da direção do morro”. Meia hora depois ele voltou da esquina que tínhamos falado, com outro amigo como tínhamos falado. O policial ficou até sem graça de revistar ou pedir documentos do carro. Foi embora sem dizer mais nada.
A dor que ficou na minha cabeça aquele dia foi interminável, passou só depois que fumei o segundo baseado. Aquela covardia me deu raiva, se não podia dar dura em bandido gastava raiva com jovem na rua? Não duvido que o próprio filho dele fumasse também.
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