Melissa nunca foi de dizer frases feitas. Era mais de gaguejar, corar de vergonha e dar meia volta. Por noites a fio ela assistia filmes românticos sozinha em seu apartamento. Enchia os olhos d’água sempre que via o final feliz, o previsível fim de um casal perfeito. Mas para ela os quinze primeiros minutos que são a melhor parte de qualquer filme. Pois é quando os personagens se conhecem. Sempre por acaso, sempre numa hora mágica. Às vezes não se dá pra saber se tudo vai terminar bem. Porém ali dava pra saber claramente que eles iam se apaixonar. É tão claro, chega a ser visível o exato momento em que os olhares os entregam. Para Melissa esse momento é apavorante, embora deseje que ele esteja sempre logo na próxima esquina. Quem não lembra de quando Natalie Portman pergunta para Jude Law em Closer “Qual eufemismo você daria pra mim?” – “ Deslumbrante” ele responde?
Era disso que Melissa precisava para sair de suas noites em que sentia pena de si mesma: Repostas que surpreendem, olhares que encantassem e beijos apaixonados. E estava tudo lá, no filme. Passo a passo.
O papel da mulher parece ser bem mais fácil. Sempre tem a impressão de que as mulheres recuam, não se rendem a olhares de primeira. Fazem charme enquanto o homem gasta sua lábia apaixonada. Mulheres se apaixonam por atitudes e por ocasiões.
Já os homens se apaixonam bela beleza. Claro que há um caminho de atrações até a chegada do cúpido, como personalidade, inteligência. Mas tudo não começaria se não fosse pelo olhar do homem que para na beleza da mulher. Para Melissa isso não é uma injustiça. Para ter uma chance qualquer, porque a sua imoldável aparência que teria de chamar atenção?
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