domingo, 5 de abril de 2009

Desperdiçar é uma arte

Ela me disse que as únicas vezes que me viu sorrindo foram enquanto eu tocava meu violão e ria de quando errava a letra, e quando divagava sobre o que havia escrito na noite anterior. Só e nunca mais demonstrei outro rosto senão o de sério. Mas o que ela não sabe é que foram sorrisos descontentes, apenas para contemplar o que não me pesa nos ombros e sim no coração.
O que me faz sorrir é ver pessoas na pista de dança rindo de alegria, bebes se sentindo num parque de diversões dentro de um ônibus lotado e cachorros abusados que pedem comida a qualquer um.
Caras fechadas são mais baratas, não custam muito esforço e geralmente são justas. Saber a hora certa de desperdiçar um sorriso que é uma arte.

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