sexta-feira, 24 de abril de 2009

Rope

Ricky esperaria até o Natal se fosse necessário para matar Madleine. Todos iriam viajar, formando uma vizinhança deserta. Ela poderia gritar e se debater que ninguém ouviria. Das opções estudadas o veneno pareceu ser a mais segura, mas isso seria limitar demais a diversão de Ricky. Ele aproveitaria a vítima quase inconsciente para a estrangular, adicionando alguma adrenalina ao feriado.
Usaria a trnaça que segura a cortina tanto amada de Madleine. Exemplo perfeito do jeito monótono Madleine de ser, que se tornara uma âncora presa aos pés do marido infeliz. Essas ironias só existem nos crimes passionais, feitos sob a eloquência de uma mente sobre pressão, sedento por simbologias.
O corpo seria jogado na piscina desactivada, prestes a ser aterrada dando espaço no quintal para um boa churrasqueira. O buraco já estava pronto e o festim diabólico tinha locação. Não por preguiça nem por maldade, mas é preciso seguir todo o ritual hithcockiano para poder seguir a vida adiante representando um novo papel. Dia 26 de dezembro não existiria mais Ricky. Naquela casa irá morar alguém novo e normal, como você e eu.

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