Caminha entre a multidão que dança como uma legitima fotografa. A câmera profissional praticamente colada em suas mãos, que parece nunca mudar a posição. Seu dedo indicador sempre preparado para disparar um instantâneo. Registrar cores e formas de pessoas muitas vezes sem luz. Pressa a sua cintura fica o estojo com as lentes e baterias. Quem poderia dizer que ela não passa de uma menina?
Os participantes da festa a param e posam para uma foto sem nem perguntar. Ela de bom grado da o clique. Não vai ter como depois entregar as fotos para tais desconhecidos, mas mesmo assim eles não se incomodam. Um motivo para sorrir e posar é o que importa. Então depois do flash ela segue seu caminho.
Eu lhe roubo a câmera e a transformo em modelo. Ela dança, joga os cabelos para os lados, aproveita o momento que agora é seu. Está entre amigos, mas sem seu escudo se sente sozinha. Troca poucas frases comigo. A maioria sem sentido, mas com uma mensagem no que não é dito. Ela é tão triste quando seus modelos, tão falsa quanto suas amizades e tão normal quanto às atitudes de sua mãe que lhe critica.
Assim ela carrega consigo as coisas que não consegue dizer, uma câmera, o nome de sua mãe tatuado no pulso e a vontade de dançar sem parar.
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