quarta-feira, 17 de junho de 2009

Amor nos tempos de email

Casal novo vai o joalheria. Modernos como eles decidem que a aliança de casamento vai ter uma mensagem escrita a mão de cada um deles. Vai sair caro, mas não há nada que o amor não pague ou que um greve de sexo não faça a carteira abrir. A atendente dá um papel para cada um escrever. "Bem curto por favor" e sorri. O futuro marido se concentra, morde a linguá, respira fundo e se arrisca. Faz os seus rabiscos.
Ela acaba primeiro "Não pode ver hein" e entrega rápido para a atendente. Ele sorri amarelo nervoso e entrega o seu também.
"Que isso Bernardo?"
"Isso o quê?"
"O que você escreveu ai?"
"Você disse que não era pra ver!"
"Que porcaria que tá escrito ai Bernardo?"
"..."
"Que letra horrível é essa?"
"Minha letra oras."
"Para de brincadeira Bernardo. Você tá fazendo piada com coisa séria!"
"Eu não to fazendo piada nenhuma."
"Isso vai ficar pra sempre no meu dedo."
"Mas esse é a minha letra."
"Eu nunca vi você fazendo isso que chama de letra"
"Calma amor... É que sempre conversamos por email, msn... Essas coisas"
"Eu nunca tinha visto sua letra?"
"Pelo jeito não"
"..."
"Tá mais calma agora?"
"Calma?!!... Todos esses anos de namoro e voce nunca me escreveu um bilhete de amor? Uma carta?!"
"Você nem sentiu falta"
"Porque devo ter acostumado com sua falta de romantisco seu cafageste!"

O casamento não foi cancelado. Aconteceu dois meses depois. A noiva apenas pediu para a atendente melhorar a letra e se preciso corrigir os erros. Afinal, nesses tempos de word nunca se sabe.

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