segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Nunca nessa terra

O melhor talvez seja não tentar entender o que ela não disse. Aceitar para mim que aquelas lágrimas que contornaram a maça do seu rosto foram para alguém longe dali, na direção de uma estrela mais ou norte, na direção de Paris. Tirar de mim a peça que encaixa na perfeição dela. Desmistificar seus trejeitos e começar a enxergar seu prazer no meu sofrer.
Meu sem jeito de lhe tocar ajudou ela a gostar dessa admiração. Eu buscava impressionar no sorriso, mas fiquei sem assunto. Eu busquei tentar no grito, mas onde mordia ela assoprava. Ela cresceu na minha ingenuidade. Eu cresci na sua falta de originalidade. Não há de como variar o passo e manter o charme. Não há como receber agrados sem seguir meus passos. E assim ela vai ficando pra trás. Sem ter me dado alguma explicação, alguma certeza, alguma parte do seu coração.

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