Pra mim chega, não posso mais continuar assim. Decidi me matar a não me encaixar. É o fim... Mas metodotismo me fez procurar ajuda para me suicidar. E tive muita sorte de achar no google pessoas muito entendidas do ato e mais sorte ainda de estarem vivas. Cheios de boas intenções e concelhos. Me indicaram as melhores maneiras, cortar assim, acender o fogo assado ou onde encontrar uma boa ponte para o salto. Mas principalmente me ensinaram que suicídio não se restringe só a um ato, é precisa deixar uma mensagem, algo para pensarem. E eu tinha o plano perfeita. Deixar como meu legado a cruzadinha impossível de ser completada...
Logo eu que decidira deixar a vida pela inutilidade do meu único dom. Fazer cruzadas... Havia me dedicado o ensino fundamental e médio inteiro para tal prática. Só quando cheguei no vestibular foi descobrir o que era mulher e que não havia um curso para tal profissão. Jogado no mundo virei artista de rua, mas a vida foi muito dura. Cheguei a ganhar uma vez cinquenta centavos por H-E-T-E-R-O--T-R-O-F-I-C-A, mas foi só. Apenas me restara as cruzadinhas para fazer e eu fui me tornando bom mesmo nisso. Logo já estava a procura da cruzada impossível, mas ela nunca veio, tornando minha vida sem sentido. Agora esse seria meu legado.
Passei noites intermináveis nesse intuito e não poderia partir sem ver o poder de minha criação. A coisa ligo virou viral e saiu do meu controle. Todos recebiam desafio por email do que seria a cruzadinha criada por um doutor alemão e que dependendo de suas respostas diria sua personalidade e se vc e ele tem um grande futuro na relação. Entretanto, ninguém conseguiu completar por inteiro. O número de suicídios de jovens nerds crescera em 40% de um mês para o outro, muitos por sinal sem um instrução adequada (com muito sujeira e nenhum legado). Os poucos que sobreviviam ao ato de loucura logo fundaram um grupo de auto ajuda aos que enlouqueciam por causa da cruzadinha. Literários anonimos. Sujeito oculto. Narrador ausente. Vários grupos apareceram.
E eu logo comecei a ganhar a vida como palestrante dos dez passos para vencer a cruzada de doutor alemão do século XVII. Estava bem de vida, com uma motivação nova. Só fui de fato me matar cinco meses depois, quando outro viral na internet assinado pelo mesmo doutor chegou ao meu email, com o pedido de desculpas por toda a confusão que havia criado e o solução da tal cruzadinha.
Um comentário:
Cara, você é genial.
x)
Sem mais.
hahaha
:*
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