Saio de casa levando as luzes dos postes nos olhos.
Lama na sola do chinelo. E tambores no pé do ouvido.
Um aperto na batida da alfaia no peito. Coração.
Quase me vem a boca. Não.
A encontro sentada na calçada.
E olha só que menina bonitinha
Quando me vê se equilibra num pulo.
Se balançando de não conter o sorriso
E eu só penso. Eu penso só e não digo.
Até poderia usar palavras que nem sei o nome,
mas não quero desatar a falar e me enrolar.
Dou um passo a frente e acho o meu lugar.
Sinto o cheiro de sua pele e a cor de uma nova estação.
Lhe beijo como se beija Risoflora. Sem avisar.
E só...
Quando volto pra casa, ascendo um cigarro e apago a luz.
Não quero nem ver o que vai acontecer.
Um comentário:
Lindo. Não vou mentir, adorei a "alfaia no peito". E a que se deve o título?
Postar um comentário