Realmente eu posso morrer, a qualquer momento, de qualquer forma, de preferência nobre. Assim poderei saber se pelo menos saudade eu faço bem. Se a morte devolve o que a vida não dá. Talento, tempo, poeira sentada.
Poderia morrer de enjoo, poderia morrer de algum acidente de carro, ou de alguma doença importuna. Poderia morrer da raiva mesmo. De mim mesmo. Assim de uma hora para outra sem avisar. Uma morte moribunda.
Poderia interromper algo antes do fim, poderia dar fim a algo que nunca é interrompido. E começar um arrependimento, uma transformação, uma lição sem credibilidade.
Poderia ir embora como forma de punição. Poderia fazer de um poema um emoção. Um sentimentalismo barato em epitáfio carregado. Eu poderia fazer a amada ter a certeza. De que não foi tão difícil assim.
Minha morte mata a fome que a barriga geme. A raiva cria a azia que a alma teme.
2 comentários:
andei meio sumido eu sei...
em todo caso estou de volta
abraços meu caro
os maiores artistas só tiveram seu devido e merecido reconhecimento pós morte.
seria solução?
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