sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Tomas

Procuro a noite inteira por Tereza. Mas essa cama parece ter o tamanho da lapa. Procuro de bar em bar com o ciúmes a ponto de bala. Desejando achar para não ter mais que procurar. Ou isso ou nunca admitiria estar suspeitando errado. Estar cego.
E talvez esteja. Não sei dizer se estou de olhos fechados ou o quarto que está no escuro. Remo algumas ruas e acho Tereza logo ali no outro travesseiro. Com ar de quem não está fazendo nada demais. A abraço e ela reage sem acordar. Encaixa. Sorri como quem vê quem faltava chegar no seu sonho. A mordo no pescoço como punição por estar sonhando longe de mim. Ela aconchega seu rosto no meu. Faz doce.
- Bravo por que? Vai dizer que agora não está gostoso?
- Não, nunca diria isso.

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