Na última tarde em que te vi pegamos o trem na central. Rumo a Deodoro. Você achou o trem tão exótico, comentou animada com os colegas de trabalho depois. Fomos buscar o seu carro roubado ou o que restou dele num parque de carros recuperados pela polícia.
Já não nos entendíamos de cedo. Você me reprimia por falar de viagens a Europa rodeado de moradores da baixada, mesmo que fossem com você.
O carro de fato estava morto. Não havia motor, não havia tanque, não havia nem porta-luva. Lamentei também que haviam levado o casaco, foi triste. Voltamos de mão dadas e cabeça no ombro. O trem chacoalhava. Silencioso.
Sugeriu comer num fast-food. Deixei você escolher o meu prato. Você optou por um a quilo. No final te entreguei no seu escritório, você me beijou e agradeceu a ajuda por extenso. Achei fofa a sua preocupação em demonstrar que havia gostado do dia. Eu também gostei. Gostei muito...
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