quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O que me é conveniente

Eu estou definhando,
                                  perdendo peso,
            ganhando olheiras,
eu estou a beira, eu estou amaldiçoando esses novos tempos.
Me diz qual é o seu objetivo longe de mim. Sumir?
                                                                                  Até quando?
                                     A qual preço? Quem te quer bem não te quer como eu. Não fazem nem ideia dos reais motivos que existem para te desejar.
E eu quero tudo de novo, do inicio ao fim, uma segunda chance para sobrar algum amor por mim.

Essa noite uma depressão mais forte qualquer me levou para longe daqui, perto daí. Te espero agora naquele café rua abaixo, preciso te ver. Preciso que faça eu me arrepender de ter vindo sem doer. Preciso que traga no seu veneno a pior das drogas, ilusão que nunca passa. Uma certa paz que não se desfaz. Uma certa voz de má.
Deixei recados, disse que esperaria até o lugar fechar caso precisasse de tempo... para avaliar os riscos. Saiba que vim totalmente desarmado. Não que eu tenha deixado algo em casa. Simplesmente não consegui pensar em nada, não se preocupe. Só quero mesmo te ver. E quem sabe acertar algumas palavras.
E você? O que me dirá? Sinceridades ou aquelas atrocidades? Você também me quebrou em pedaços, e não acho que me deve alguma desculpa. Se a tua vontade é a de ser feliz. Com ou sem. Te digo que também. Então do que importa você se sentir livre e eu preso? Do que importa você estar magoada e eu arrependido? Se não existe amor, o ódio passa a ser um capricho.
Lembra como era bem mais gostoso quando eram os dois?
                                                                                    Nós dois...
Já se passam das onze e você não me deu imaginação para achar nada. Se não acharia que está agora em casa. Certa que não virá, mas vem...
                                                          Mesmo?
Você caminha rua abaixo incamuflável. Impossível de se esconder. Ou sou eu que estou destoando aqui? Você se senta me olhando como quem não encontrou quem esperava. Mostra os dentes. E eu mando que parem com o plano...
Você sorriu.

Um comentário:

Lua Nova disse...

Sensacional! Menino, vc me surpreende! Que texto bem escrito, intenso sem ser dramático, espirituoso, com um toque de humor mesmo tão doído e triste. Já te disse uma vez e repito: vc tem um estilo é é bom.
Adorei, Luka.
Beijokas e parabéns.