quarta-feira, 4 de abril de 2012

Abra as pernas, abra o mundo com uma fenda feita gota a gota.
Ame a ele, mate a vontade de mim. Feito gota a gota.
E a cada gole que cê dá da cerveja quente algo fica mais cansativo.
"Vamos sentar?" - "Vamos ali no sofá?"
E a cada gole que eu dou da cerveja quente algo fica mais perigoso.
Afinal, o que quer de mim?
Que expectativa é essa que cria com o passar dos dias?
Esperava que fosse tudo que queria? Ou é só pra doer mesmo?
Aliviar aquele sofrimento de quem não sabe amar, sabe?

Sentada,
Me fita com o olhar sem dizer uma palavra
Não entende metade das vontades apresentadas.
Por isso o medo.
Estragando toda a solidão.
Somos dois perdidos nas contas da comanda.
Somos dois aborrecidos com tantas demandas.
Somos dois. Além dos outros dois.
Que não querem nem saber.
De mim. De você.
E de todo o resto.

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