Sempre é um momento delicado. Não que me toque. Só não sei onde pisar. Não sei o que fazer com as pernas quando fico de pé. Então sento. Em frente do computador vendo até onde consegue se aconchegar no meu apartamento.
E você se comporta como visita. Pede permissão, mas se serve, não hesita. Caminha a passos largos, se esparrama no sofá. Me deixa desconfortável. De repende deu pra gostar de falar e não disser nada, para quem antes era tão calado e pesado. E eu não sei se o que me deu foi alegria ou alguma birra. Você tagarelando assim só é motivo de briga. Irrita. Feliz pelo pouco? Tá se fingindo de louco? Já eu tenho muito. Tudo de um novo. O que é velho eu guardo com gosto. O quadro continua exposto. E a vitrola? Quebrada? A gente se apega a cada bobagem. Cachorros, gatos e namorados. Dando ou não a pata. Dando ou não a cara a tapa. Ainda assim mato a saudade de você. Na falta de outra palavra. Bobagem. Não fumamos erva, não agimos na maldade. O perigo é bem mais o excesso de sinceridade. Ninguém quer ver sangue. Quente. Ninguém quer insónia em vésperas de batente. Então deixamos isso pra lá e volta pra sua gente. Sonsa, sem opção de reagir. Longe, bem longe daqui. Leva seu bilhete com desconto. Tolo. Muleque descalço. Ainda te vejo nos meus encalço. Dois passos atrás. Sempre há um passo atrás. Veja bem seu futuro. Ousa bem o tom. Lembre bem de como será.
Não foi o que disse? O que quis?
Não.
Mais uma vez não te entendi.
Não foi o que disse? O que quis?
Não.
Mais uma vez não te entendi.
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