sábado, 9 de novembro de 2013

Te digo

Ela se incomoda com tantos sim. Ela se remoi em meio a liberdade de ser o que bem quiser. Ela muda os pronomes como quem não quer dar nome. Porque nunca é o que se está pensando, nunca é fácil se fazer entender.
Ela enlouqueceu. Subiu no ombro de gigantes e se sentiu grande mesmo sem tocar o chão. Fala que não é isso, é aquilo, é disso que sempre falava. Essa partida que a pouco se arrependia se tornou o sonho que teve por toda a vida. Ou uma grande mentira. Foi rápido como uma injeção de hormónios, não há mais espaço pra gato, cachorro, três filhos. Não há mais espaço para perguntas.
Ela precisou enlouquecer pra me dar um nome. Peso que não a deixa partir. Liberdade que não a deixa ser. O que ela nem sabe o que é. Mas mal sabe ela que sou eu ontem. Nem me atrevo a dizer, nem me atrevo a pensar. E o que mais poderia fazer? Nada me segurou de ser o que sou hoje. E ninguém vai impedir ela de ser o quer vai ser. Para mim, a dona de toda a culpa, vai ganhar no currículo um coração partido, mas quem não carrega?
Eu só não sei se vou ter saco pra isso tudo.

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