Já descobri que quinta feira é dia. Entro as oito da manha, saiu as seis da tarde, com aula sem parar, só para o almoço no bandejão com fila de contornar quarterão. Apesar da aula depois do almoço ser a melhor do curso, o dia é bem cansativo. E logo após as aulas acontece a famosa quinta feira na cantarera. Bares cheios e dificilmente você achará alguém que não é da UFF lá.
Sendo assim, teria que arranjar um lugar pra dormir por lá mesmo, afinal estaria perdendo a melhor parte do dia indo embora as seis. Assim corri atrás de meus contatos, amigos de sala, veteranos e nada de um lugar confirmado. Mas achei a solução fora do ciclo de cineastas, uma amiga que mora numa republica só de garotas (ulala) me ofereceu teto sempre que precisasse. A partir dali parece que todas minhas quinta feiras serão bem mais divertidas. Talvez também precise outros dias, peguei duas matérias de noite que amei, uma delas destinadas para formação de atores. Eu ator? Ah! faça-me o favor! E em compensação terei minhas sextas livres. Não que isso tenha sido proposital para aliviar minhas saídas as quintas, pois já estou com 8 matérias.
No bar eu não parava quieto. Quem me conhece sabe que não consigo ficar parado num lugar só ou em uma conversa só. Ficava vagando entre os dois grupos sentados e o grupo de pé. Fiz amizade com um veterano que já faz filmes por conta própria, mês que vem talvez trabalhe com ele. Toquei um violino do nosso futuro caloro que assiste aulas do primeiro semestre de bicão.
Mas sem sombra de duvida o papo mais legal foi. "Qual foi sua primeira impressão de mim?". Onde cada um falava a primeira impressão que teve do outro. Acharam que eu era puxa saco de veterano, mas isso foi o de menos a garota mais linda da sala deu um resposta brochante pra mim. "você é como eu imaginava que seria". Isso é bom ou ruim? Que cara mais sem sal eu sou.
Correu pelos barres a noticia que a chopadda de letras tinha começado. De graça! Mas não poderia ir, estava indo dormir na casa de uma amiga, não posso chegar a hora que bem entendo da madrugada. Foi quando meu celular tocou e chegou a noticia que me salvou. A banda de uns amigos meus iriam tocar na chopppada e tinha carona garantida pra região oceânica depois. O fato de Niterói ser um ovo as vezes é muito bom.
Mandei uma mensagem pra minha amiga, mas para não parecer ingrato pelo teto que ela me ofereceu, inventei que estava passando mal e resolvi que era melhor ir pra casa mesmo. E assim fui a choppada:
Meu deus! Um campus enorme, lotado de gente, só se sentia cheio de maconha. Uma área com DJ e outra com bandas. Eu literalmente esvaziei minha cabeça e deixei tudo rolar. Todo tipo de gente, todo mesmo, estava lá. Quando acabaram as bandas, alunos invadiram o palco e começaram a tocar musicas eles mesmo. Para eles a festa não poderia acabar. Na plateia, um cara de gaita alucinado de cocaína, que tocava e dançava ao mesmo tempo, um velho tarado tentando convencer uma cocota e ir ao seu apartamento (sem sucesso). Não havia banheiro, só muitas pro todas as partes, divididas entre os apertados e os que apertavam.
E eu vagava também por lá. Uma hora com a pessoal da banda, uma hora com o pessoal da sala. sai de lá as três da manha...
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