segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Segundas

Acho que através dos anos tive muitos ídolos. Nunca entendi bem o porquê, mas tive muitos que foram únicos enquanto duraram. Talvez com o tempo vai se conhecendo mais, encontrando novas personalidades, cada vez mais interessantes. Ou a maturidade vai modificando suas identificações e por assim ídolos. No entanto eles sempre parecem te representar por inteiro por tudo sua passada vida.
Com eles meus sonhos também mudaram. Já quis ser musico, quis ser boêmio, quis ser livre, quis ser excrachado. Hoje quero ser cineasta e tenho a quem admirar nessa área. E durante todos esses sonhos sempre quis ser tão bom ou melhor que meus ídolos... Penso que assim se representa minha geração. Com medo de não chegar aos pés dos seus ídolos, não conseguir substituir importâncias para a sociedade e levar toda a humanidade para o buraco.
Sim... Pensando assim tive esse medo bobo. Um pouco por lembrar de como essas influências foram importantes para minha formação e conseguir atingir um nível que me faça ter orgulho pessoal (pelo desespero de nunca chegar ao final do caminho onde minha consciência pararia de me cobrar ainda mais). Mas como todo bom ariano esnobei a preocupação e disse a mim mesmo que não tenho responsabilidades com uma sociedade que não me sorri de volta.
Porém tenho responsabilidades com quem me ensinou tudo que tenho orgulho de saber e ser. Com quem me ensinou enquanto fazia coisas banais, sem pretensão nenhuma. Foi observando-o que aprendi. Foi com meu pai que me formei... E quando o desespero me alcançou nas alturas do individualismo. Tenho mais medo de não chegar aos pés do meu pai do que aos pés do meu ídolo.
Fiquei feliz de me descobrir assim. Tão próximo do intocável.

Nenhum comentário: