Mamãe em um natal qualquer, como num carnaval fora de época, você me presenteou com uma bomba irrecusável, uma dor irremediável, um prazer insuportável. A vida que me deu não é mais um jogo, deixou de ser ampla antes de eu me impor e nem pude chorar. As nossas constantes brigas talvez sejam pelas minhas tentativas de vivê-la de maneira mais ilusória, um tanto quanto irresponsável. Mas minha mãe, eu não vejo motivos para levá-la tão a serio assim e passar os dias de cara emburrada.
Eu corri tanto para crescer, sempre achando que o auge de aproveitamento estava logo ali na esquina da idade. Amadureci, aprendi e ralei o joelho inúmeras vezes. Mas agora eu quero o inverso. Embora não queira voltar a ser criança, quero ser irresponsável, porra louca, inconseqüente e ainda amar (com o perdão do poeta).
Não tenha vergonha de mim minha mãe, não fujo de nada. Faço a faculdade que amo, trabalharei para ter meu dinheiro e assim sustentar minhas idéias distorcidas de diversão.
Um comentário:
ler todo o blog, muito bom
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