segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Conversas com Rubens - Locações

Já fumei meu baseado em tudo quanto é lugar. Sem a policia no meus pés qualquer lugar é acessível. São poucas pessoas que se incomodam em ver alguém fumando por perto ou em sentir o cheiro. Alguns talvez só acham que é trabalho demais ir denunciar para a policia e esperam aquele momento acabar ou já sabem que até as autoridades tão pouco se fudendo com isso.
Normalmente os locais são divididos em points (locais conhecidos por todos, freqüentado por maconheiros e com 100% de certeza de impunidade) locais desertos (longe da civilização) ou casa de alguém (quando os gatos saem, os ratos fazem a festa). Mas mesmo se não tiver nenhum desses locais acessíveis há a velha tática de fumar andando. Ascende o baseado e sai andando pelas ruas menos movimentadas. Nenhum morador vai comprar briga por sentir a marola por alguns segundos.
Porém é inegável que os preferidos de qualquer um são os locais com uma bela vista, que vai ficando mais bela e curiosa a cada tragada. (Na verdade, onda boa é aquela que bate e não a que vem surgindo aos poucos, mas isso depende da maconha e isso e tema de outro texto).
Por muito tempo fumei (eu e meus dois amigos) na praia. Considerado um point, mas raras vezes vimos outras pessoas lá, praticando algum dos dois “F”s, fumando ou fudendo. O esquema era trazia a droga já apertada, porque apertar no escuro e no vento da praia era uma aventura, mas é claro que das milhares de vezes que fomos lá algumas tivemos que nos aventurar e depois de um tempo já estávamos craques nisso. Nos encontrávamos num posto (aqui por falta de lugar pra ir na noitada, muitos jovens se encontram na loja de conveniência do maior posto da região para fazer o esquenta) comprávamos algo salgado, algo doce, e algo pra beber. Um quite básico para larica e íamos para a praia com a Parati velha e caindo aos pedaços do meu amigo. Ela era praticamente o quarto elemento do grupo, grande amiga. Uma vez meu amigo (o último a começar a fumar) me perguntou se comprar essas três coisas e nada de alcóolico não era muita explanação que iríamos fumar. Eu tive que rir na cara dele. Ninguém tá ligando pra isso ou te julgando (o que é um peixe no meio do cardume?). Cansei de ir comer salgado na padaria em frente a minha casa totalmente chapado e conversar com o mesmo cara que atende minha mãe quando ela vai comprar pão de manhã. Na praia fumávamos dois ou três baseados, comíamos, conversávamos, viajávamos sem medo de incomodar ninguém. Depois de umas quatro horas, tempo para voltar quase ao normal íamos embora. Esse esquema durou anos.
Quando entrei para a faculdade o mais novo point era a beira da baia de Guanabara dentro do campus do gragoatá. Lá sim já dividi espaço com muitos outros maconheiros. O que deixou evidente que por mais escoria da sociedade que sejam, os maconheiros são as pessoas pouco egoístas e individualistas. Por mais que entre mais alguém na roda, nenhum maconheiro se recusa a dividir o seu baseado ou ajudar quem tá sem. Sabem que hoje estão dando, amanha podem estar recebendo.
Foi lá no gragoatá que também tive história hilárias. Uma grande área de natureza, bastante escura a noite, só podia dar nisso. Uma vez fui quase atacado por um pássaro quando me aproximei demais do seu ninho sem perceber. O bicho começou a gritar e eu correr, perdi totalmente meu senso de direção e fui parar do outro lado da faculdade. Lá também é um local muito perto do aeroporto, os aviões passam bem baixo. Deitado na grama é possível ver o trem de pouso sendo aberto bem na sua cara. Sem falar nos anões fazendo churrasco. Nunca vou saber se foi alucinação, mas que eu vi eu vi.
Fumei também em minha casa quando meus país viajavam. Eram os famoso green day. Mas só com os amigos mais confiáveis. Para não tornar um experiência boa em ruim tem sempre que se policiar em três coisas. Não fumar com pessoas não confiáveis Não fumar em lugares perigosos ou sem planos de como ir embora. E não fumar se não estiver em clima de fumar. Assim nada estraga.
É claro que não foi só na minha casa que fumei. Inúmeras casa de amigos já foram palco desses shows. Mas na minha foram o maior numero de vezes com certeza. E foi lá as duas únicas vezes em que usei outra droga, o haxixe (uma maconha potencializada). O ambiente caseiro trás oportunidades para muitas ondas engraçadas. Como se deixar levar pela vontade de tirar a roupa. Acontece, acredite acontece. Já correram pelado pela minha grama. Ou quando no auge da noite toca o celular de alguém com o toque de sirene de policia. Foi caso de um se esconder em baixo da mesa, outro correr e eu ficar paralisado. E um estudante de direito ir gritando em direção ao portão da casa que a policia não poderia entrar sem um mandato.
Fumar sozinho em casa também é uma boa. Fazer coisas triviais chapado é muito viciante. A gente sempre se vê anotando coisas para se fazer drogado. Como tomar banho ou ver tal filme. Já o haxixe foram experiências agudas. Nunca fumaria fora de casa. Fiquei totalmente sem como reagir a qualquer coisa.
Pra finalizar outros locais onde já me enchi de fumaça. Construções, camarins, beira do mangue, pegando chuva, obra da prefeitura, sala da maconha na faculdade, apartamentos, republicas, trilhas, acampamentos e por ai vai.

Nenhum comentário: