Um grande amigo meu (que conheci por causa da maconha) uma vez definiu bem um viciado, um maconheiro e um usuário (quem usou além de experimentar, mas nunca passou de uma brincadeira). Para ele o maconheiro é o cara que fuma todo dia, ou maior parte deles. Como ele mesmo disse “Nem que se seja só uma ponta pra dar um bright”. Já o viciado rouba pra comprar. Eu nunca fiz isso, nem ele.
Acho que é por ai mesmo, mas ainda há níveis de convivência com a maconha. Eu sempre me considerei maconheiro, entretanto a maconha não está tão presente na minha vida como na dele. Isso eu tenho certeza.
Usar maconha te faz conhecer pessoas que você nunca conheceria sem usar, ou talvez nunca tão bem assim. Isso porque a vida deles tem um envolvimento tão grande com a droga que é preciso ter também para fazer parte do convívio dele.
Conheci pessoas bem incríveis através de uma amiga em comum. A Mary (ou Rubens). O primeiro que sempre me vem à cabeça é esse grande amigo que mencionei acima. Foi com ele que eu comprava a maconha. O esquema clássico, ele subia no morro pra comprar (ou algum outro amigo dele) e revendia. Segundo ele sem lucros e no meu caso eu acreditava. Até porque, diferente dos outros que faziam isso ele só revendia para poucos e próximos a ele. Eu não era quando comecei, era apenas amigo de um amigo dele. Mas depois ficamos bons amigos. Por várias vezes fumamos juntos. Aqui em casa inclusive. O cara é um rapper, metaleiro, raggueiro rutz!! Numa época teve uns dreads muito loucos. E é super inteligente. Discutíamos vários assuntos. Até política, para quem acha que para ser maconheiro é preciso ser alienado. Grande parte do meu posicionamento em relação a maconha e sua legalização que tenho hoje vieram dessas conversas.
E é incrível como se ganha intimidade. Diferente da bebida que as pessoas simplesmente se exaltam, com a maconha elas procuram se entender, criar uma conexão. A namorada mais velha do meu amigo, aquela que me ensinou a sempre se preparar para a larica, depois do fim do tal namoro nós continuamos a se ver, fumávamos e até hoje tenho muito carinho por ela e por esses dias.
Assim como até hoje quando encontro com uma ex namorada, a que fumou a primeira vez comigo, brindamos com uma seda e um despelotador.
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