Passar por uma experiência ruim com qualquer droga te faz querer parar. Até o mais simples porre de cerveja evoca a frase “Eu não vou beber nunca mais”. Com a maconha isso existe também, embora seja num nível um pouco mais assustador. Pois não se trata de enjoou, vomito ou a ressaca sem fim do dia seguinte. A bad trip é um terremoto no seu psicológico, um encontro com seus medos. Pode envolver desconforto físico, mas o buraco é bem mais embaixo.
Depois de umas pequenas más experiências envolvendo medo de “explanação”, ser posto numa situação incomoda ou não curtir o que está fazendo. Todo mundo aprende uma valiosa lição. A droga pode ser fuga de um mundo duro, porém também é entrada para outro com regras diferentes, situações diferentes e também difícil de lidar. Para não entrar numa roubada é preciso saber a hora de usar, aonde usar e, o mais importante, com quem usar. É preciso estar com uma cabeça boa e num ambiente que lhe seja aconchegante e mesmo assim é necessário ter um controle psicológico bom para fugir das bads.
Na minha primeira experiência real deitei no meio da praia e sentia minha pele escorrendo para o chão e fui apagando lentamente. E em casa quando usei o haxixe, sentei para ver um filme e o mundo girou loucamente. Fechei os olhos e fiquei sem abrir por uma hora, apoiei a cabeça na mesa e não levantei por mais outra, até que tudo parasse de rodar.
No ultimo eu literalmente desmaiei, de cara no chão por duas vezes seguidas. Tive uma bad por causa de um ferimento recente e minha pressão foi pro chão comigo. Foi perda de consciência, visão e fala. Mas a gente nunca para, embora fique a medo de saber como vai ser a experiência da gota d água.
Mesmo quando se vê outra pessoa tetanto, o que é mais assustador ainda, não se para, no máximo freia. Um amigo apagou no meio do nada, tendo convulsões e só eu ali para ajudar. Eu só via a merda que aquilo iria dar... Centro de recuperação... reputação no lixo... cérebro derretido... Um perfeito zumbi caminhando no shopping como eu já vi pessoas da velha guarda nessa condição.
A droga é um beleza quando nos esquecemos de seu potencial.
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