Olhava pelo buraco da fechadura, morrendo de medo de achar graça daquelas criaturas,
assim completamente nuas.
Apoiava as mão nos joelhos, deixando apontado para fora o traseiro,
totalmente sem jeito.
Olhava o que tinha pra comer dentro do banheiro, segredo que há de fuder com o mundo inteiro.
Olhava no box do chuveiro infiéis canibalistas de mãos ágeis, velozes, solitários, gigantes pela própria natureza. belos, fortes, impávido colossais.
E que impávido!!!
Porém olhava seres desajeitados, seres envergonhados. Se penduravam ao invés de flutuar, trepavam ao invés de se amar.
Olhei e pensei comigo mesmo: Não pode ser assim. Há de haver algo de errado, há um quê de pecado. Mas quem há de criticar? Quem há de punir? Quem é Deus? Quem sou eu? Para dizer como se faz...
Deixei que fossem até o fim. Não reclamavam de dor ou de nojo, ela chupava o carroço e engolia o choro. E ele gemia, gemia porque ninguém podia dizer o que sentia,
gemia, gemia cuidando para que seu gozo não parecesse mentira.
E se alguém fosse pagar pra ver, talvez fosse melhor facilitar o troco.
Porque há de ter volta. Se não há.
2 comentários:
"Se penduravam ao invés de flutuar, trepavam ao invés de se amar..."
Muito bom isso e é a diferença entre fazer sexo e fazer amor.
Você escreve cada vez melhor.
Beijokas, Lucas, e uma semana linda pra vc.
isso parece triste, ainda mais de saber que alguem engolia o choro =/
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