domingo, 26 de setembro de 2010

Amor não se prova, se degusta

Olhava pelo buraco da fechadura, morrendo de medo de achar graça daquelas criaturas,
assim completamente nuas.
Apoiava as mão nos joelhos, deixando apontado para fora o traseiro,
totalmente sem jeito.
Olhava o que tinha pra comer dentro do banheiro, segredo que há de fuder com o mundo inteiro.
Olhava no box do chuveiro infiéis canibalistas de mãos ágeis, velozes, solitários, gigantes pela própria natureza. belos, fortes, impávido colossais.
E que impávido!!!
Porém olhava seres desajeitados, seres envergonhados. Se penduravam ao invés de flutuar, trepavam ao invés de se amar.
Olhei e pensei comigo mesmo: Não pode ser assim. Há de haver algo de errado, há um quê de pecado. Mas quem há de criticar? Quem há de punir? Quem é Deus? Quem sou eu? Para dizer como se faz...
Deixei que fossem até o fim. Não reclamavam de dor ou de nojo, ela chupava o carroço e engolia o choro. E ele gemia, gemia porque ninguém podia dizer o que sentia,
gemia, gemia cuidando para que seu gozo não parecesse mentira.
E se alguém fosse pagar pra ver, talvez fosse melhor facilitar o troco.
Porque há de ter volta. Se não há.

2 comentários:

Lua Nova disse...

"Se penduravam ao invés de flutuar, trepavam ao invés de se amar..."
Muito bom isso e é a diferença entre fazer sexo e fazer amor.
Você escreve cada vez melhor.
Beijokas, Lucas, e uma semana linda pra vc.

Cáh disse...

isso parece triste, ainda mais de saber que alguem engolia o choro =/