Ela chama uma, duas, três vezes.
A primeira bem baixo, quase um sussurro. Deixando dúvida. A segunda bem precisa, separando as sílabas com sonora pausa e tomando cuidado com a entonação. Já na terceira ela cerra os dentes e repete dando leves tapas nas minhas bochechas nuas.
- Diga.
- Nada. Ela não tem nada para dizer além. Apenas repete como quem avisa em voz alta que a paixão tem um novo nome. E o coração tem ouvidos. Pelo menos o meu. Bate como se ouvisse uma canção.
Eu a amo como uma canção. Ela ama o som do nome. Repete como se o amor além de cego fosse surdo. Caduco. E precisasse sempre de uma reafirmação. Mas assim por extenso ela só recita por amor. Ou por ódio. Variando apenas a força dos tapas.
Os de amor avermelham mais.
Quando realmente tem algo mundano para falar além, não me chama pelo nome. Me chama por Amor.
Um comentário:
Escreveu aos suspiros né?
Postar um comentário