quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

ponto de fuga

- Eu amo outro homem...
...Um segundo
- Eu sei...
Ele nem sabia se sabia, mas agora sempre soube. Botou a mão sobre a maçaneta e aquela porta nunca foi tão grande. Tão vista de perto.


Mas isso não aconteceu. Ele precisou lutar sozinho pelos seus motivos. Ir embora não seria tão fácil. Não seria tão coreto. 
A porta não abria, mesmo com a chave engatilhada e desarmada.
- Eu amo você...
...Um silêncio
Eu também quem? 
Eles dois.
Eles dois tinham a maçaneta em mãos. E forçavam até o ponto de não abrir. E forçavam a força do outro ser mais forte. Mas a maçaneta só abriria no dia seguinte, quando não abrigada e livre de qualquer culpa. Não fora ela que cedera. Não foram eles.
- Eu sei.
Ele não sabia se sabia, mas agora sempre soube. E se emocionou, chorou arrependido de não saber. Se culpou por isso e perdeu as forças. Soltou a maçaneta. Fragilizou os motivos.
Eles então deitaram. transaram. e dormiram.

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