quarta-feira, 9 de março de 2011

Realmente triste demais pra televisão - parte 2

Ontem mesmo a loucura me chamou, sem saber o nome, me piscou. E eu fui a passos largos, a goles gelados. O que não há nada de errado. Certo de acontecer quando a sexta vem antes de um fim de semana e depois de uma semana sem fim.
E quando tudo não tem mais volta e roda, vi a lucidez sem óculos escuros. Vi toda a simplicidade que pode ser a felicidade sem óculos de grau. Ela sim sabia meu nome, me chamou para um conversa franca sem implicâncias. E nada me deixa mais tagarela que as têmporas adormecidas. Sentei ao seu lado massageando os olhos e afinando os ouvidos. Com uma boa vontade de delinquente para ouvir fora de hora. Já que lucidez é como dieta, sempre se deixa para segunda-feira, resolvi abrir uma exceção.
O teto era claro, sem previsão de chuva, o céu era nublado, avisando que água viria. Lucidez me fez engolir o choro. Me fez desleixar para o contra-tempo fechado. Me consolou pelo tempo que a embriaguez durou, depois não me aguentei em pé e deitei. Quando nada mais girava era sonho. Quando acordei era realidade. E a lucidez não estava mais ao meu lado.
Hoje...

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