segunda-feira, 5 de março de 2012

Febre

Mato a ti. Mato em mim. Parto lhe a cara e estou livre para ficar rico, muy rico. Quebro lhe as pernas com as palavras que engoli por anos, quando ainda as censurava por nada. Pelo puro desejo de ficar. Como sapos que não dão barato. E tanto a dizer saiu caro. A dívida pago com a sua falta. E que falta me faz a dúvida, os sapos que você cozinhava tão bem, os meus defeitos exclusivos seus, desejos...
Essa noite sonhei contigo. Te mirrei nos olhos e disse "Te mato com os meus dentes" e a resposta de sua língua foi uma lambida. Afiada e cheia de razão, indo do meu pescoço à nuca. Nunca. Foi só um sonho. Mas que realmente me quebrou. Te cheirei o cabelo e escalei. Me calei. Desculpa. Não foi por mal. Não foi por falta de amor, que não nos separará novamente. Pois sonhar não mata. Sonho não morre. É tudo coisa da minha cabeça. Yo sé. Mas com esse cheiro de morte desmaio. E sonho desacordado as maiores mentiras que posso viver. 

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