Fomos até Cuba pra ver a utopia, voltamos a tempo de terminar de viver a vida, que nos foge fácil pela internet. Para se revoltar compartilhar, para se revolucionar desconectar.
Fomos entupindo os consultórios psiquiátricos. Nossa doença se revelava pelos atos. Mesmo com dinheiro para o analista acendemos um baseado. Assim comemos com fome, dormimos com sono, trabalhamos calmos. Anestesiados e ainda sonhando. Livres da preocupação de ter alguma solução para todo esse pesar. Só deixar o tempo passar.
Um dia toda essa desigualdade ainda será nossa. Pois a culpa já o é. E ai então seremos ouvidos como se tivéssemos algo pra dizer. A vontade é de blasfemar para não se deixar enteder.
Fomos presos, fixados, multados calados. Mudos. Por usarmos tóxicos e pintarmos muros. Sorrimos sem entender o porque.
Fomos assaltados. Nos semaforos pediram esmola e levaram o carro. Nas bocas especularam nossos vicios e deixaram nossas carteiras ocas. E tudo que sobrou foram ipods, iphones, imacs, bigmacs, contas em bancos, dividas de brancos. Ainda restou a vontade de um tudo, de virar a noite ao som de groove, dançando feitos ricos duros.
Fomos multilados, censurados pelo amor, aconselhados a pensar mais no futuro. Eu ouvi que viver seguindo filosofias mortas não transformaria o mundo. Desejar armas apontadas contra o peito não nos faria revolucionários. Chamar todo mal de ditadura não o tornaria antiquado. Não muda o passado. Não o faz passado. E afinal o que somos?
Somos cada um por si com seu bando de armação. Esquece a luz, esquece a câmera, nos dê só o ação.
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