Escrevo sorrisos, leio cortejos e conto sem a precisão de uma paixão. A marca-passos despercebidos é pura confusão. Mas ela lê, ela entende. Não sabe explicar bem, mas diz que entende e assim que de repente larga na mesa um não, é bem assim não. Que as coisas são. Tudo foi feito pelo acaso. O encontro, as palavras, o abraço. No papel parecem até arquitetados pelo destino para acontecerem despretensiosos. Como de quem engana até com os olhos. Mas é tudo maquiavélico sem nenhum fim, vai mais para ver até onde vai. Até onde entendeu. Até onde fingiu que entendeu. Até onde nisso tudo sou eu tentando a todo modo permanecer humano. Manter um número mínimo de neurônios para não deixar de ser símio. Não deixar de reconhecer o tom do cinismo.
Esse com certeza ela não vai entender
Esse com certeza ela não vai entender
Um comentário:
e se entender do jeito que para ela ficar entendido e nós tudo junto sem muito sentido (pq esse na verdade nem é necessário)?
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