sábado, 12 de maio de 2007

òdiquê?

Leiam atentamente todos os membros jovens de inconformada classe media. Hoje entrei num quarto escuro, iluminado apenas por uma janela branca enorme, que nos leva a mesma realidade que deixamos lá fora. O barulho da maquina do "faz de conta" era alto, trabalhava a todo vapor enquanto seu operador fazia palavras cruzadas. Durante isso tudo eu vi você lá, mas você não me viu.
Ódio de que? Não há nenhum ódio no meio disso. A explicação de nossas atitudes são outras. Não foi o ódio a alguma coisa que te levou a comprar seus primeiros cinco gramas de maconha e agora você já a usa com intimidade, prepara com todo carinho em cima da mesa da sala de sua casa vazia e fuma para se sentir bem. Ninguém te chamaria de viciado e há quem diga que você usa da maneira correta. Mas também há que aponte o dedo na sua cara e lhe diga que financia a violência a qual você convive todo dias e já se acostumou a ela. Embora todos saibam que ela vai existir sempre, vendendo drogas ou não. A luta não é por ai e para nós é cada um por si, que fique do nosso lado quem quiser.
Quando te reconheci na tela, não me assuntei ao ver as figuras que estavam ao seu lado. As ruas e principalmente a noite nos apresenta muitas historias. Já conhecemos um bicheiro de vinte anos que sofre por ter que seguir o legado da família, mas não larga porque não sabe como viver sem o dinheiro que ganha com isso. Uma garota que tentou se matar enquanto falava ao telefone comigo, sem dizer nada de sensato e sem dizer onde estava, ela viu o pai morrer em seus braços. Um viciado que não admite o vicio, foi ele que nos apresentou a maconha e ao mesmo tempo foi vendo ele que nos vez frear o ritmo de consumo. Já fomos pegos pela policia e ouvimos xingamentos calados, sabemos mais que qualquer um que a lei não funciona. O que prevalece são os interesses de quem tem poder, seja ele como for. E sorte deles que possuem uniforme. A sociedade é só uma guerra de interesses e assim ela se sustenta, frágil como um castelo de cartas.

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