Afinal o que ela queria? Conseguia sorrir sem entregar uma dica. E eu a queria em minha cama, sem todo esse drama. Nua, gemendo em minha cama. Mas não havia um ponto. Não havia um plano. Apesar de ser errado ela vinha a toda minha tentativa. Se fazia um esforço e a agenda batia. Logo estávamos lá nos exibindo. Sem pensar no que diriam do nosso jeito de dançar. De olhos fechados. Esfregando no chão o pecado. Ela parecia não ter vindo. Ipanema é do tamanho de se ficar perdido. E pelas ruas do bairro nossa vontade se espalhava. O romance apenas engatinhava. E eu contraditório desgostava.
Ela parecia não se importar, dançava, dançava, mas conversava em tom preocupada. Aonde queremos chegar? Num quarto, um passo, uma partida. E mais uma vez ela sorria sem ir a lugar algum. E mais uma vez me prometia que esse era o fim das tentativas.
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